Thursday, April 9, 2015

Vamos lá a acabar com isto, sim?


Adorei este vídeo. Em especial porque o vi logo a seguir a ter lido uma notícia horrível, que nem vou descrever. Há esperança, acho, e muito já se melhorou neste campo. Já ninguém acredita que "elas merecem" ou que "ninguém mete a colher". Mas da condenação social à eficácia da justiça e à erradicação das práticas vão passos ainda grandes. Grandes e urgentes.

Monday, March 16, 2015

Arrumar ou fazer algo que nos faz felizes?

Ontem, 15 de março, fez 97 anos que a minha avó paterna nasceu. Morreu com 93, o que quer dizer que tive duas avós até aos 39 anos, o que fez - sem dúvida - de mim uma pessoa melhor. A minha avó materna, também já nonagenária, continua ainda esta tarefa.

Aprendi muita coisa com a minha avó, mas - nos últimos dias - lembro-me muito de uma frase que ela - que apesar de cozinheira exímia e dona de umas mãos de fada não gostava de trabalhos domésticos - dizia:

"O trabalho de casa nunca está feito."

Ou, como dizia uma aluna a uma colega:

"Doutora, o trabalho nunca acaba" (e o de casa então... - diria eu).

 

Friday, March 13, 2015

Pois é, mas quando são os nossos, são os nossos...

Já disse (disse?) tudo o que tinha a dizer sobre esta porcaria deste ministro e destes programas escolares, mas acho que ainda não falei dos quadros de honra. Tudo bem, é fixe incentivar os alunos, mas esta coisa de afixar nomes e distinguir os "excelentes" lembra-me o tempo da outra senhora e faz-me comichão no cérebro. Porque devia haver um quadro de honra para o desporto, para os bons amigos, para quem espalha alegria, e por aí fora, já que todos somos bons a alguma coisa. Mas não, são os valores numéricos que contam. Dito isto, enfim, mãe é mãe, e não deixo de ficar orgulhosa (ao ponto de postar sobre isso...) quando recebo uma carta a dizer que a miúda foi a melhor aluna do ano dela no ano letivo passado. 

Thank God is Friday!

Quando andava na escola, havia um autocolante com um miúdo com um ar feliz e a frase em epígrafe. Nos últimos tempos, sinto sempre uma enorme vontade de que chegue o fim-de-semana, quer porque têm trazido momentos de grande alegria e diversão, como ver o A. orgulhoso a ganhar combates de judo, ou a R. toda penteadinha para as exibições de acrobática, quer porque - mesmo na agitação do leva e trás - preciso mesmo de descanso...

Mais duas semanas e quero um autocolante a dizer "Thank God for Eastern holidays!".

Wednesday, March 4, 2015

Feitas as contas...

...o segundo período só tem dez fins de semana. Como fazer caber em tão pouco tempo tanta atividade?

Tuesday, February 24, 2015

Temos escuteiro!

Quando, há um ano e tal, o A. me disse que queria ir para os escuteiros, foi com alegria que corri a inscrevê-lo. Primeiro, porque é raro ele pedir para começar uma atividade nova, depois porque guardo memórias maravilhosas dos tempos que passei nas Guias. Suponho que o pedido dele terá também a ver com o entusiasmo com que, ainda hoje, conto histórias desse tempo.

Começado o ano letivo, lá o temos levado às atividades, mas - embora sem resistência - não víamos ali muita vontade de continuar. A prova de fogo, achávamos, seria o primeiro acampamento, no Carnaval.

Lá partiu, de mochila às costas, quase maior do que ele apesar de pequena. E eu fiquei com o coração apertadinho, à espera do regresso. E o sucesso foi retumbante. O sorriso, o entusiamo, as histórias, a vontade de continuar eram contagiantes.

No fim-de-semana passado foi a promessa. Foram dois dias em cheio e a alegria foi enorme, para todos nós.

E obrigada e todos os chefes do agrupamento, que equilibram maravilhosamente atividades e emoções.


Monday, January 19, 2015

Quem canta seus males espanta

Ser mãe é uma mistura explosiva de terror, amor, orgulho, ansiedade, cansaço e amor e mais amor. Mas, quase sempre, quando pensamos neles pensamos em nós (O que devo fazer? Como posso ajudar? Deixo ou não deixo?). No fundo, a nossa preocupação são os filhos, mas nunca descentramos do nosso eu de mães.

Mas, às vezes, eles trazem-nos surpresas maravilhosas, em que nos lembramos de que - e cada vez mais, à medida que crescem - eles são eles e não são apenas os nossos filhos.

É isso que sinto quando ouço a R. cantar. Sempre gostei de coros, de concertos de Natal e sem ser de Natal. E sinto-me privilegiada quando assisto aos concertos dos vários coros por onde ela passa. Como mãe, claro. Mas também como espetadora e há dias em que acho isso estranho :-).

Friday, January 16, 2015

Não podemos mudar o chip?

Há 20 anos, Bob Geldof cantava esta música no mítico Live Aid. Foi o maior sucesso da sua banda, os Boomtown Rats, e a letra baseou-se naquele dia em que uma adolescente americana acordou uma segunda-feira de manhã e massacrou a tiro os seus colegas da escola. Quando lhe perguntaram porquê, respondeu "I don't like mondays". A letra fala do momento em que o seu "chip" entrou em sobrecarga e das expectativas que o pai tinha para a sua doce menina. Bob Geldof cantou-a com a alma de quem estava a realizar um sonho - o de matar a fome às crianças da Etiópia através da música.

Lembrei-me várias vezes desta música nos recentes acontecimentos. O que sonhariam as mães dos assassinos e das vítimas dos acontecimentos das últimas semanas? Em que momento é que, ao contrário do que diz a música, passa a haver uma razão para morrer?

Hoje, uma amiga colocou um link para uma outra música, que adoro, de um dos meus cantores preferidos, o Billy Joel. Ainda por cima, com um dos meus atores de eleição a tocar harmónica! Fez-se uma estranha associação na minha cabeça entre as duas músicas. Porque não há nada pior que acharmos que não somos nada e que já nada vale a pena. 

Porque, como vemos todos os dias à nossa volta, o mundo não muda ao mesmo ritmo para todos nem de repente, mas muda. E está melhor e mais humano do que há cem anos atrás. E, no nosso cantinho, podemos lutar para mudar o bocadinho que nos coube em sorte. Porque, "não há justiça sem liberdade e vice-versa também é verdade", e vale a pena lutar por ambas.