Tuesday, December 30, 2008

Boa sorte Snowshoee!

Que os próximos dias te tragam o coraçãozinho de que tanto precisas.

Pessoal dos 70's, tudo a ligar o som

Toca a clicar e a pôr na música "Os amigos". Quem é amiga, quem é? Vi esta pérola no blogue do Nuno Markl e não resisti a pôr aqui.

Monday, December 29, 2008

Estamos mesmo em época de remakes e adaptações

Eis a nova versão do "Anjo da guarda", que a R. rezava um destes dias:

Fadinha da guarda
minha companhia
dá-me magia
de noite e de dia.

Tuesday, December 16, 2008

O povo unido

Pois, é verdade. Os trabalhadores a recibos verdes vão ter oportunidade de regularizar as declarações anuais que tinham em falta (as tais que nem os funcionários das finanças sabiam que tinham de ser preenchidas) sem estar sujeitos a multa. Era realmente irónico que se anunciassem tantas medidas de combate ao desemprego, programas disto e daquilo e, em simultâneo, se fizesse uma caça à multa tão vergonhosa.

E a suspensão da multa consegui-se porque houve um enorme movimento que chamou a atenção para a situação. Foi espantosa a capacidade de mobilização de uma "classe" que é invisível, que não tem quaisquer regalias e que não tem quem a represente junto do Estado. O papel do FERVE foi importante, mas também o papel individual de todos aqueles que - sobretudo via net - fizeram passar a mensagem e conseguiram que se corrigisse uma injustiça.

Sunday, December 14, 2008

Salvem os ricos

Depois da partida de Carnaval na época errada que as Finanças me estão a pregar, este sktech do'Os Contemporâneos vem mesmo, mesmo a calhar.

Tuesday, December 2, 2008

Fim de semana em cheio

Foi mesmo bom passar este fim-de-semana grande com um grande grupo (nove crianças, todas com menos de 8 anos, e 11 adultos), em Castro Marim. Ao contrário do resto do país, estava um tempo fantástico, fizemos passeios a pé, fomos à praia, lançámos papagaios, estivemos na piscina (quentinha...), descansámos imenso e todos - grandes e pequenos - nos portámos muito bem.

Para mim, vai ficar também na memória o momento em que o A. disse, pela primeira vez na sua vida, "Mamã, eu gosto de tu."

Tuesday, November 25, 2008

Poema para Galileo

Gosto muito do António Gedeão, porque acho que ele conseguia aquilo que é mesmo difícil: escrever sobre temas tão banais quanto fundamentais com beleza, melodia e simplicidade. Não conhecia este poema, que acho inspirador nestes dias de desânimo que por aí andam. E gostei especialmente de o ouvir lido por 35 investigadores portugueses. Obrigada, Marcenda, pela divulgação.

Tuesday, November 18, 2008

Chegou o Chico!


Hoje, aqui, vem uma crónica que li há anos no Expresso e da qual, nem sei bem porquê, me lembro muitas vezes. Um grande bem-haja às Palavras por este serviço público de republicação de memórias do baú.
Fez-me lembrar, também, uma cena a que assistimos quando estivemos, em Setembro, nas festas da Charneca (aqui ao lado). Havia animadores pelas ruas, revivendo cenas e personagens de outros tempos. Num tanque improvisado, jovens vestidas à lavadeira de Caneças (da Charneca, neste caso), fingiam lavar roupa à mão, enquanto cá fora, as mulheres da vila diziam "Ó rapariga, isso não é assim que se faz!".

Monday, November 17, 2008

O futuro chegou!

Quando era miúda, tínhamos aquela ideia de que o progresso tecnológico ia fazer coisas tão fabulosas como inúteis, tais como máquinas falantes. Desde que uso diariamente um elevador que fala comigo ("Fecho de portas", "Primeiro piso", "Atenção", "Boa viagem") que sei que esse futuro está mesmo aqui, à minha beira - embora, cá para mim, aquele conversa toda seja só para nos distrair da lentíssima velocidade a que a dita máquina cumpre a sua função ascendente e descendente...

Também havia o Kit, aquele carro d'O Justiceiro, com quem o Michael Knight comunicava via relógio ("Kit, Kit, vem me buscar"). Mas esse foi outro mito que caiu, no dia em que estava à porta de uma discoteca e um conhecido trazia com ele um carro falante. Falava pouco, é certo, mas com clareza: "You're too close to the car. Please step back".

Mas a semana passada vi algo realmente diferente: um eléctrico falante (ou um carro-eléctrico falante, como diria a minha avó). Ia eu, ordeiramente, a atravessar uma passadeira no sinalito verde, quando ouço uma buzina e uma voz metálica dizer MUITO ALTO qualquer coisa como "Deves estar é pitosga!". Primeiro, apanhei um susto. Depois pensei "Que gravação estranha". E, finalmente, percebi que não, infelizmente ainda não era a máquina a falar, era só mesmo o condutor a usar a tecnologia para insultar um transeunte menos cumpridor das passadeiras do que eu... o que vale é que o eléctrico é fechado e ainda não se inventou uma mãozinha mecânica para insultar o pessoal com gestos...

Wednesday, November 12, 2008

Lugares onde vivemos

Este site é absolutamente fabuloso http://theplaceswelive.com/

Mostra como vivem muitos de nós, neste planeta de desigualdades, mas sem explorar a miséria alheia, ao estilo TVI. As imagens e os testemunhos das pessoas são muito, muito belos. Fico a pensar no absurdo que é alguém poder achar-se infeliz quando tem um tecto e alguém que goste de si. Impressionaram-me muitissimo as "casas" da Indonésia, em especial a da mãe com o bebé que vivem num banco. Curiosamente, todos os testemunhos têm sementes de esperança.

Friday, October 31, 2008

Bruxas à portuguesa

Acabadinho de chegar da escola da R.:

Numa casa muito estranha
toda feita de chocolate,
vivia uma bruxa castanha
que adorava o disparate.

Punha os copos no fogão,
as panelas na banheira,
os sapatos nas gavetas,
as meias na frigideira.

Escrevia com fios de água,
dormia sempre de pé.
Cozinhava numa cama
e comia no bidé.

António Mota

Wednesday, October 29, 2008

Mundos dentro de mundos

Como é sabido, ando quase sempre a pé e se há coisa de que gosto é de andar pelos vários cantos da cidade, passeando com objectivo. Ou seja, gosto de ir passando pelas ruas, ir reparando neste ou naquele pormenor, levando um rumo definido em direcção ao qual me vou mais ou menos desviando.

Passo muitas vezes num jardim, que tem um parque infantil. Como quase não há crianças nas redondezas, quem ocupa o parque são os jovens de uma escola profissional na vizinhaça, que andam de baloiço com os portáteis no colo. Hoje, o parque estava apinhado de jovens, no intervalo do almoço. E eu, sempre de passagem, ia reparando na impressionante diversidade daquele espaço. Num banco do jardim estava um idoso, talvez sem-abrigo, com um ar mal arranjado e olhar no infinito. Noutro, uma rapariga de sotaque brasileiro lia cartas de tarot a dois jovens. Apressados, passavam (passeavam) outros. Como eu. Cada um de nós com o seu ritmo e a sua história.

Friday, October 24, 2008

Muito engraçado...

...foi o episódio de ontem de Os contemporâneos. O melhor até hoje, na minha opinião. O humor em Portugal tem evoluído muito nos últimos anos, em inteligência, versatilidade e irreverência.

O musical Casa Pia é fabuloso -
http://br.youtube.com/watch?v=lD8VkaAysCc -. Consegue pegar num tema trágico e fazer humor corrosivo, sem ter mau gosto. O guião para novela da TVI, onde todos bebem sumos de frutos tropicais ao pequeno almoço, servidos de criadas fardadas também teve muita graça. E a minha frase preferida foi a da comemoração dos dez anos da invenção do Viagra: "Desde que apareceu o viagra é cada mais difícil arranjar quatro velhotes para jogar às cartas num parque."

Bem, brincar é mesmo brincar

A R. e o A. estão neste momento a arrumar o quarto e a brincar às casinhas, enquanto eu trabalho. Ouvi a R., com os seus cinco anos, a dizer ao A., que ainda não tem dois: "Vá, vamos brincar. Eu era a filha mais velha e tu o pai. Tu ias trabalhar e eu estava aqui a brincar"!

Wednesday, October 22, 2008

É oficial:

Chegou o Outono. E como é que isso se vê? Não é quando o calendário marca, quando há casacos nas montras, quando há vendedores de castanhas, nem sequer quando muda a hora. O Outono está de facto (como se diz agora) implementado no primeiro diz em que saio à rua e não vejo ninguém de sapatos abertos. Foi hoje.

Friday, October 17, 2008

E se o resto do mundo pudesse votar...

...nas eleições americanas? É o que este blogue propõe que se veja: http://iftheworldcouldvote08.blogspot.com/

Parabéns Pai!

Um bom dia e votos de continuação de uma vida tranquila e com a boa disposição que te conhecemos!

Cenas

Como quem me conhece sabe, eu não gosto de conduzir e, felizmente, preciso pouco de fazê-lo. Como ando quase sempre de transportes, há uma fatia da realidade (composta por filas de trânsito e comportamentos automobilisticos, músicas e programas de rádio) que me escapa.

Ora, hoje que passei mais de um quarto de hora na fila da Praça de Espanha, vi duas coisas que me puseram de boca aberta: a primeira, um rapaz (sendo que, para mim, "rapaz" já pode ser um homem de 40 anos..) de bicicleta NA CONTRAMÃO. E não, não era um puto com uma daquelas binas maradas, a desafiar o destino. Era um tipo de fato, de capacete, com ar de quem ia trabalhar.

A segunda foi o passageiro do carro à minha frente ter saído do carro, e ir acompanhando a fila a pé, cá fora, enquanto fumava um cigarro. Só me lembrava das histórias que contavam do combóio do Tua, que dava para sair, apanhar uvas, comê-las e depois apanhar de novo o combóio, em lento andamento.

Enfim, cenas.

Wednesday, October 15, 2008

Frases (mais ou menos) famosas

"Quando se tem um filho, é-se pai. Quando se tem dois, é-se árbitro."

Grande, grande verdade esta, que me contaram ontem.

Saturday, October 11, 2008

11 de Outubro de 1974

...foi o dia em que passei a ser irmã de alguém.
De alguém para quem eu escolhi o nome (e lindo, por sinal...). Tem sido muito fácil ser irmã, nestes 34 anos.
Posso dizer que é mais simples ser irmã do que filha ou mãe.
Tem sido, também, muito divertido.
Com muita, muita cumplicidade.
Por isso, obrigada e parabéns, J.!

Voltamos às xerovias

Apanhei um programa de televisão que falava sobre o Festival da Xerovia, que se está a realizar este fim-de-semana. Explicaram tudo: o que são xerovias, onde existem, como se preparam e se comem, mostraram uma senhora a fazer e mais uns senhores a comer as ditas. Como não apanhei do princípio, faltou-me o essencial, que não consegui resolver com várias buscar na net - onde é que afinal está a ser o festival? Fica uma pessoa aqui de água na boca, caramba. Dão-se, pois, alvíssaras (já que não posso dar xerovias) a quem descobrir a localidade, talvez dê para lá dar um salto para a próxima vez.

Wednesday, October 8, 2008

Viva os séniores!

Hoje dei uma aula numa universidade da 3ª idade e foi uma experiência muito interessante. Era uma turma bastante diversificada, quer em termos de idade que de habilitações, mas era exigente, atenta e participativa. E tolerante com as opiniões alheias. Enfim, foi um prazer. Para a semana vamos fazer trabalho de campo numa visita, estou cheia de expectativas!

Friday, October 3, 2008

Bem, agora é que eu não passo sem ver o filme

"Ensaio sobre a cegueira" é, para mim, um dos melhores livros de Saramago (é sabido que gosto muito do autor e que fiquei muito feliz por ser um "nobelizado" seja lá o que isso implica). Saber que o Meirelles ia realizar o filme foi uma óptima notícia e estava com imensa curiosidade de saber como ele iria fazê-lo. E agora leio esta notícia:

http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1344571

Por estas e por outras é que depois as associações ficam desacreditadas. Como é que é possível?

Tuesday, September 30, 2008

Música para todos

Ultimamente, nos transportes colectivos, tenho-me apercebido de um novo fenómeno (pelo menos para mim). Estava habituada à presença de jovens, com auscultadores que parece que têm aumentado de diâmetro nos últimos anos. Ou seja, no tempo em que eu era da idade deles, quanto mais micro mais caro e mais cobiçado. Hoje, vejo-os com uns monos que parecem uns auscultadores anti-ruído que o meu pai tinha lá em casa, daqueles que se usava nas fábricas (e que os bonecos dos sinais a avisar a presença de obras têm).

E talvez porque aquilo não deve dar jeito nenhum (embora, deva ter um grande som...) há agora por aí muito pessoal que deixou de usar auscultadores e ouve música ao natural. Ou seja, usa o telemóvel em alta voz e vai dando música alegremente a todos os que partilham a viagem.

A primeira vez pensei que fosse o rádio do autocarro, que totó que eu sou...

Tuesday, September 23, 2008

Informática para miúdos

Na escola da R. há a opção de informática. A mim, parece-me ridículo pagar para eles brincarem com o computador, até porque é uma coisa bem gira para fazermos com eles nos dias de chuva...

Aqui ficam os links, para descarregar os programas ou ir à net brincar com eles (são todos gratuitos) dos que usam lá na escola e de mais uns que cá em casa fazem furor:

Programas
Gcompris http://gcompris.net/-pt-br
Pysycache http://www.pysycache.org/
Tux paint http://www.tuxpaint.org/

Sites
Poisson rouge http://www.poissonrouge.com/
Site junior http://www.junior.te.pt

Monday, September 22, 2008

Vão ver e é já!

Vão, vão, não percam. É uma benção de gente linda, talentosa e de boa disposição.

http://www.mammamiamovie.com/

Conversa, conversa, conversa

A forma deliciosamente engraçada de falar das crianças de um ou dois anos é muito difícil de reproduzir, como aqueles momentos hilariantes que só a quem os viveu parecem engraçados. Mesmo assim, vou deixar aqui algumas das expressões do A. que nos têm deliciado nos últimos tempos:

"- Vamos acima abaixo" (vamos lá para baixo)
"- Papá, anda cá ver o rato" (aos gritos de manhã na cama - era para ver uma caixa do puzzle do Ratatui)
"Carromineta" e "Carromião", juntamente com muitos "Camóios" e autocarros.

E a pérola de hoje, estar a espreitar pelas portas do portátil a chamar o avô, que costuma estar no Skype!

Friday, September 12, 2008

Férias: antes, durante e depois

O meu avô Zé costumava contar uma história:

"Numa viagem de comboio ia um homem que não parava de dizer «Estou cheio de sede». Os outros passageiros, já fartos de o ouvir, ficaram aliviados quando - na estação seguinte - o homem bebeu um cântaro de água. Quando a viagem retomou, o homem recostou-se e começou a dizer «Vinha cheio de sede»"...

As férias são tal e qual. Passamos as últimas semanas a dizer que precisamos delas, quando as gozamos passa sempre a correr e depois voltamos ao princípio.

Pelo meio, fica a satisafação do que gozámos e do que os miúdos aprenderam. Como ontem, quando o A. disse, ao ver uma ambulância, "É meio-dia!", em lembrança à sirene dos bombeiros das férias.

Wednesday, July 30, 2008

Jonas Adoption Journey: Gotcha day!!

Jonas Adoption Journey: Gotcha day!!

Temos uma nova prima! Desejo as maiores felicidades para ela e para os pais e irmãos, capazes deste acto de generosidade e coração aberto que trouxe a Tess para a família. Um grande beijinho para ela.

Friday, July 25, 2008

Asas, amigos, Bookcrossing e a minha vida


Como todos os que me conhecem sabem, faço parte, desde Fevereiro de 2005, de uma comunidade virtual de partilha de livros que se chama Bookcrossing. Ouvi falar do conceito num programa da SIC Mulher, o "Elas em Marte", onde três bookcrossers - a Cokas, a nninoca e o Sossap - explicavam um pouco a história do movimento (que nasceu nos Estados Unidos) e a forma como é vivido em Portugal.

Achei a ideia de partilhar os nossos livros fantástica e, no dia seguinte, registei-me no site (sou a fungaga) e por lá ando, ainda hoje. Ao princípio, ainda tentei passar a mensagem a alguns amigos e familiares, mais amantes da leitura, mas - por uma razão ou outra - só uma amiga (a Maio) aderiu.

O que é que aconteceu nestes três anos e meio? Li, li, li. Sempre foi algo que fiz, mas - graças ao BC - conheci novos autores, li livros em que nunca teria pegado numa livraria, gostei de uns, adorei outros, não gostei de alguns... li sobretudo bookrings, que são empréstimos, que circulam, pelo correio, entre vários leitores. Como existe um fórum de discussão português, passo também por lá algum tempo; dependendo do tempo que tenho livre, participo mais ou menos, mas nunca vou à net que não passe por lá. Conheci, também, algumas pessoas ao vivo e fiz alguns amigos que prezo muito.

O que mais me impressionou nesta comunidade foi, desde sempre, a generosidade que todos demonstram. Aquilo que faz muita confusão à maior parte das pessoas ("Mas emprestas os teus livros a desconhecidos? E se os perdes?"), é a primeira ilusão que cai por terra. Ainda que algum livro meu se perca (até hoje, dos que emprestei, estão dois sem retorno) tudo o que já ganhei (desde leituras, livros, prendas, amigos, botinhas de lã para a R. e para o A.) vale muitíssimo mais do que dois livros perdidos.

E porque é que eu escrevo aqui, hoje, tudo isto? Porque, a semana passada, a equipa que gere o BC (sim, porque tudo isto assenta num site de acesso gratuito, mas que tem por trás uma empresa) decidiu implementar algumas alterações, nomeadamente restringir a participação de quem não contribui financeiramente. Foi uma semana de emoções ao rubro, carregada de reclamações e conflitos que terminou - para já - em bem (ou seja, voltou tudo ao que era). E porque hoje de manhã, acordei "com asas" (sou membro com todos os direitos...), ganhas num sorteio (obrigada Marcenda), mais uma das fantásticas iniciativas que se organizam através do BC.

Tudo isto me dá que pensar. Os laços que se criam com pessoas que não se conhece, a forma como milhares de pessoas em todo o mundo se uniram para combater mudanças que consideraram injustas, a alegria que sentimos por um par de asas virtuais.

Podia daqui tirar muitas conclusões, mas só quero dizer que - de muitas formas - tem sido uma experiência que aumenta a minha fé e confiança na bondade e generosidade humanas. Obrigada a todos!

Monday, July 21, 2008

Olha, não querem ver que aqui agora somos ilustres

É uma honra. Aqui o estaminé é o "Ilustre blogue da semana" aqui. E nós tão despenteados, que é como quem diz, com este design pobrezinho que um dia destes há-de ser melhorado.

Sabedoria popular no seu expoente máximo

Ontem foi dia de Pizza. O que, na minha família, quer dizer que houve uma festa com sessenta ou setenta pessoas a comer mais do que aquilo que se serve em qualquer Pizza Hut durante um fim-de-semana inteiro.

Mas o melhor, claro está, não é comer. É estar na cozinha, a fazer a massa, a esticá-la, a preparar e pôr os ingredientes. É um grande momento anual de aprendizagem pessoal e colectiva.

Ora vejamos: ontem aprendi que 1) Não sei lavar pimentos; 2) Faço a massa muito grossa; 3) Faço a massa muito fina; 4) Faço a massa muito grossa.

Isto mostra algumas coisas giras. Primeiro que, ainda que nós tenhamos cinquenta anos, filhos e netos, para as primas e tias mais velhas somos sempre uns miúdos, que não percebem nada disto. Segundo, que não há nada mais verdadeiro que o provérbio "Cada cabeça sua sentença".

A cena é assim: está tudo ao molho, cheios de rolos da massa e farinha, cada um a falar mais alto que o outro e chega uma tia: "Estás a cortar mal os cogumelos, cortam-se ao alto." Ai é? Eu sempre fiz assim, mas pronto... depois, chega uma prima: "Olha, os cogumelos assim não prestam, tens de cortar em hexágonos e muito fininhos". Ai é? Eu sempre fiz assim...

Na prática, cada um faz mais ou menos como bem entende e como sempre fez e, no fim, nunca sobra nada... e o melhor de tudo é que nos fica sempre uma sensação de união, de que "a família é mesmo assim" e são momentos de enorme boa disposição. Chegamos ao fim do dia cansados, felizes e cheios até mais não.


Tuesday, July 15, 2008

And here's to you Mrs. Robinson

Ter estado com o S. e o D. na quinta e sexta-feira da semana passada foi uma das melhores prendas que 2008 me trouxe. É mesmo engraçado estar com pessoas que não víamos há quase dez anos e não sentir que os anos passaram, pegar as conversas no sítio onde as largámos e continuar por aí fora. Até breve!

Tuesday, July 8, 2008

Souffle

Porque já me pediram várias vezes a receita, aqui fica:

Ingredientes
50g manteiga
40g farinha
2,5dl leite
sal, pimenta, noz moscada a gosto
150 a 300g do ingrediente principal (peixe cozido, queijo ralado, fiambre cozido, frango, legumes...)
4 ovos

Preparação
1) Derreter a manteiga em lume brando
2) Juntar a farinha, misturar e deixar cozer, sem ganhar muita cor
3) Juntar o leite frio, mexer e deixar cozer até ter um preparado homogéneo
4) Temperar com sal, pimenta e noz moscada
5) Quando à superfície surgirem bolhas, retirar do lume
6) Juntar o ingrediente principal
7) Juntar as gemas
8) Envolver as claras batidas em castelo firme
9) Cozer 30m em forno bem quente

Pode parecer muita coisa, mas não é.

Tuesday, July 1, 2008

Vista do céu


...a "minha" baía é mesmo um acidente muito bonito da costa portuguesa. E o melhor é que nem se veem os prédios...
nt. a foto é uma cortesia de Saudade Pontes.

Tuesday, June 17, 2008

A propósito de "África acima", de Gonçalo Cadilhe

Ao ler este livro, pelo qual me apaixonei instantaneamente, relembrei alguns dos momentos que passei na Guiné, quando visitei a R., e fiquei cheia de vontade de os partilhar aqui.

As viagens em África são, por si só, uma narrativa. São muito mais do que simples trajectos entre dois pontos. São longas, quase sempre. Apinhadas, muitas vezes. E são experiências de convivência humana únicas, que transformam a mais excitante viagem europeia numa insípida rotina.

Foi, assim, que me apercebi de que as recordações mais marcantes dessa minha única (e, espero sinceramente, não a última) incursão na África negra são as recordações de viagem. Mais do que os dias passados no magnífico paraíso natural que é o arquipélago dos Bijagós, recordo a viagem de ida, numa sexta-feira santa, num barco que habitualmente transportava peixe e estava, naquele dia, apinhado de habitantes de Bissau em visita aos parentes das ilhas.

Foi uma viagem de onze horas, depois de três à espera no cais, sempre ao ritmo da música da banda do cantor guineense Justino Delgado, que viajavam connosco e tocou ininterruptamente, enquanto o barco inteiro dançava. Um pormenor que retive foi de um dos meus companheiros mais próximos ter feito um cotonete com uma pena arrancada a uma galinha que alguém levava e estar tranquilamente a limpar os ouvidos mesmo ao meu lado.

Foi uma viagem memorável, só suplantada pelo regresso, feito numa canoa, acompanhados por um grande porco que não devia gostar de viajar por mar, porque estava deitado e nem se mexia. Lembro-me da absoluta felicidade que senti nesse dia, de pés na água do Atlântico, enquanto a canoa deixava as ilhas (embora tenha decidido tirar os pés da água quando passou, bem perto, uma barbatana suspeita).

Outro momento inesquecível foi a ida de Bissau para Buba, num "toca-toca", as tais carrinhas de nove lugares que partem quando estão cheias e onde tudo se partilha. Não faltou também a viagem no jipe cooperante último modelo. O regresso foi mais convencional, numa carrinha, mas com as emoções à flor da pele, porque tínhamos cumprido a nossa missão de entregar a um guineense, antigo combatente português, que esteve preso nove anos depois da independência, uma carta e várias encomendas que lhe tinham sido enviadas de Portugal pelo seu comandante.

Talvez pela minha amostra de experiência africana, foi realmente um prazer ler este livro, que serviu de pretexto a este modesto relato de viagens. Todas elas acompanhadas de muito tempo, muita conversa e muitas pessoas que se vão conhecendo em cada momento, que nos perguntavam sempre pela família, por Portugal, e mandavam saudades e recados para os conterrâneos cá emigrados.

Friday, June 6, 2008

Também há quem chame mínimo...

"Quem pôs isto no máximo do mais baixo?", perguntava a R. no outro dia...

Jesus Christ Superstar

Foi uma verdadeira aventura. Estávamos rodeados de grupos de colegas de empresas que falavam (e alto), como se estivessem no Rock in Rio.

Mas impressionante foi um senhor aí dos seus cinquenta e muitos, chocadíssimo com a peça, com os soldados, com os diabos lascivos, com tudo o que era um pouco mais Superstar e menos Jesus Cristo. Está claro que o senhor não sabia ao que ia, mas não deixa de ser estranho que uma ópera rock com praticamente quarenta anos ainda choque alguém.

Monday, May 26, 2008

As linhas à letra e a letra nas linhas

Ontem, estava a ditar à R. uma palavras que ela me pediu para lhe soletrar e que ela ia escrevendo num caderno de linhas.

Como as linhas eram apertadas, eu ia dizendo "Tens de escrever por cima das linhas". Mas cada vez ela escrevia mais fora dos espaços. E aí é que percebi, ela estava a escrever SOBRE as linhas. Lá mudei as minhas instruções "Tens razão, tens é de escrever ACIMA das linhas".

E lá ficou tudo muito direitinho. Chiça, que esta semântica é complexa...

HISTÓRIA ANTIGA


Era uma vez, lá na Judeia, um rei.

Feio bicho, de resto:
Uma cara de burro sem cabresto
E duas grandes tranças.
A gente olhava, reparava, e via
Que naquela figura não havia
Olhos de quem gosta de crianças.

E, na verdade, assim acontecia.
Porque um dia,
O malvado,
Só por ter o poder de quem é rei
Por não ter coração,
Sem mais nem menos,
Mandou matar quantos eram pequenos
Nas cidades e aldeias da Nação.

Mas,
Por acaso ou milagre, aconteceu
Que, num burrinho pela areia fora,
Fugiu
Daquelas mãos de sangue um pequenito
Que o vivo sol da vida acarinhou;
E bastou
Esse palmo de sonho
Para encher este mundo de alegria;
Para crescer, ser Deus;
E meter no inferno o tal das tranças,
Só porque ele não gostava de crianças.

Miguel Torga Antologia Poética Coimbra, Ed. do Autor, 1981

Tuesday, May 20, 2008

Algumas maravilhosas frases de Mia Couto

...no livro Terra sonâmbula:

"Esse lugar existe, mas sofre de lonjura muito comprida."

"Não é o destino que conta, mas o caminho."

"Um homem é como uma casa. Deve ser visto por dentro."

Monday, May 12, 2008

Rock 'n roll

Ontem foi o nosso dia da mãe. Como não foi possível estarmos as três juntas na semana anterior, eu a J. combinámos oferecer à nossa mãe um bilhete para esta peça. Demorámos um pouco a entrar na dinâmica, mas - no fim - as três adorámos. Excelentes actores, quer os principais quer os secundários e uma encenação muito bem pensada e cuidada. E um belo som, como não podia deixar de ser...

Conversas de bebé

O A. já diz uma frase completa. Qual?
"-Nã, não quero!"

E o que são a pinta e o canta? A caneta e a flauta, respectivamente. Até que não está mal pensado...

1971...

Estou a chegar à conclusão de que gosto muito de ter 37 anos. É uma idade em que ainda se pode fazer muito com a vida e já se vai começando a saber qualquer coisa sobre ela.

Friday, April 25, 2008

25 de Abril sempre!

Hoje a minha mãe, que está em arrumações, "devolveu-me" a minha caixa da correspondência, aquela onde eu guardei praticamente todas as cartas e postais que me escreveram até ter saído de casa dos meus pais. Passei um bom bocado a reler as cartas que a minha prima P. me escreveu durante toda a nossa adolescência, nos longínquos anos oitenta, cartas de amigos, ex-amigos, namorados, ex-namorados. Reli também as cartas que me enviavam quando estava no Erasmus, bem como algumas que eu escrevi à família nessa altura.

E tirei destes momentos algumas conclusões. A primeira é que nem que a troco do euromilhões eu queria ter de novo 17 anos... a segunda é que o país mudou tanto, mas tanto, que realmente deve ser muito difícil para quem nasceu depois dos anos setenta dar valor às tais conquistas de Abril, de que nos vamos esquecendo tanto.

Parece impossível mas, em 1994, escrevia eu cartas para casa em que me mostrava espantada com o facto de estar a conhecer pessoas que viviam numa cidade e iam passar um fim-de-semana a Helsínquia; ou a descrever um prato grego que era feito com "uma espécie de pepinos chamada courguettes". Ora, eu podia não ser a pessoa mais mundana e sofisticada de Lisboa, mas a verdade é que - nessa altura - viajar para o estrangeiro num fim-de-semana ou comer courguettes não era muito comum num Portugal que tem mudado muito, e cada vez mais rapidamente, nestes 34 anos. E, com alguns enfins, na generalidade, para melhor, diria eu...

Quando vejo hoje a abertura ao mundo que a maior parte dos jovens tem não posso deixar de pensar que, há escassas três décadas, uma mulher não podia sair do país sem autorização do marido e que vivíamos num território encolhido, parado - no espaço e no tempo. Por isso, e porque foi a 25 de Abril de 1974 que começou a única democracia que até hoje tivemos, 25 de Abril sempre!

Thursday, April 24, 2008

O vizinho do algeroz

Aqui no bairro, suponho que como em todos, há vários vizinhos que são mais do que vizinhos, são personagens. Uma das minhas personagens preferidas é o senhor que tem uma garagem aqui nas traseiras. A garagem - de auto-construção, como todas as outras - tem a particularidade de ter um algeroz, ainda mais particular que a dita garagem, pois não há dia nenhum que o vizinho (que já vai para lá dos oitenta) não suba a um escadote - daqueles de alumínio - para o arranjar, ou, talvez, para lhe dar "um jeitinho".

É um ritual a que já estamos habituados - "lá está o vizinho a arranjar o algeroz..." - mas hoje, vinha a chegar a casa e deparei-me com uma situação nova. Hoje, a minha personagem octogenária favorita estava em cima do escadote (até aqui nada de novo), mas de viseira e ferro de soldar, ligado a um gerador, a soldar qualquer detalhe do dito algeroz.

Só me ocorre dizer que há milhões de pessoas com menos atenção e carinho do que aquele algeroz de garagem clandestina, que guarda um carro que o dono já não guia.

Wednesday, April 23, 2008

Dia do livro e de São Jorge

Dia 23 de Abril, para além de ser o aniversário de dois primos, é o dia do livro e de São Jorge. É, portanto, um bom dia. De livros, sempre gostei, desde que me lembro de ser gente. E de São Jorge também - não só porque dá nome ao castelo da minha aldeia, mas também porque um santo que luta com um dragão e ainda por cima ganha torna crente o mais ateu dos leitores de livros de histórias de bruxas e dragões...

Tuesday, April 22, 2008

O que se seguirá agora?

Hoje fiquei verdadeiramente abismada quando o A. - do alto dos seus 18 meses - me pediu colo para ver o site do Panda. Assim mesmo: "Colo, colo. Panda!"

Thursday, April 17, 2008

Citações...

“Live as if you were to die tomorrow. Learn as if you were to live forever.”

Mahatma Gandhi

Wednesday, April 16, 2008

Para um leitor ler de/vagar

«Leitor: volto
para ti.
Um livro que vai morrer depressa.
Depressa antes. Que a onda venha, a onda
alague: A noite caída em cima de teus dedos.
(...)Eterno, o tempo. De uma onda maior que o nosso
tempo. O tempo leitor de um. Autor.
Ou um livro e um Deus com ondas de um mar
mais pacientes. -

Ondas do que um leitor devagar».

Herberto Helder, 1962

Monday, April 14, 2008

Pois é, já não se pode gostar mais de azul...

Um destes dias estava na fila da caixa do supermercado com a R., que me contava um episódio que tinha visto do Calimero. Entretanto, comecei a dizer-lhe que não gostava nada do Calimero, que estava sempre a fazer-se desgraçadinho e a queixar-se da vida e de ser pequeno. Diz ela, muito alto:
- Eu cá para mim tu não gostas do Calimero porque o patinho é preto!...

Thursday, March 6, 2008

L'amour, toujours...

Hoje ia para a faculdade, à tarde, e cruzo-me com um casal de - suponho - namorados, em evidente cena de ruptura. Acho sempre enternecedor ver um marmanjo de vinte e picos anos lavado em lágrimas. Talvez pelo contraste com as habituais atitudes de desprendimento que mostram, lembra-me que - afinal - todos temos corações amanteigados que às vezem vêm à tona.

Ainda as profissões

A R. perguntou-me se as pessoas que tinham amas não tinham pais. Lá lhe expliquei que às vezes os pais trabalham até mais tarde e que as amas tomam conta enquanto eles não chegam, como é o caso de uma amiguinha dela da escola.
"- Eu sei qual é a profissão da mãe da M. - disse ela - É empresora!"

Tuesday, February 26, 2008

O que queres ser quando fores grande?

Hoje fomos à escola da R. falar das nossas profissões, uma vez que eles estão a trabalhar sobre esse tema. Foi muito giro explicarmos o que fazemos aos miúdos, que querem ser - sobretudo - polícias e bombeiros. Havia uma que quer ser, simplesmente, mãe. Até já escolheu os nomes para os quatro filhos e para o marido! Mal ela sabe que tem toda a razão, ser mãe é realmente uma profissão para a vida toda, mas nessa nunca podemos chegar à sexta-feira, fechar a porta e dizer: sim senhor, esta semana fiz tudo o que havia para fazer, fui muito competente e agora vou descansar... mas também há prémios de desempenho, como o de ver a cara feliz da R. a explicar detalhes dos nossos "emocionantes" empregos aos amigos...

Thursday, February 14, 2008

Viva o São Valentim, hip hip hurra!

Sempre disse que não festejava o dia de São Valentim porque quando comecei a namorar esse dia não era celebrado... hoje mudei de opinião, quando o meu avô insistiu que tinha de ir comprar uma prenda de Dia dos Namorados à minha avó com quem começou a namorar há - deixa cá ver... - sessenta e cinco anos, mais coisa menos coisa!

Wednesday, January 30, 2008

Eh pá, tanto também não...

Ainda não recuperada da constatação que me atingiu recentemente de que já sou trintona (como me diziam um destes dias, isso passa-te aos quarenta...) estava a explicar à R. não sei já que fenómeno daquele antigamente onde foi a minha infância e vai daí ela, com um sorrisinho, pergunta-me "E isso ainda havia dinossauros?"

Thursday, January 17, 2008

Quando apanho o metro para ir para a escola vejo muitas vezes, na última paragem, um rapaz alto que recolhe bilhetes que as pessoas deixam junto às portas. É um dos "malucos de serviço" da linha e, não sei bem porquê, sempre me impressionou a sua figura e a obsessão dos seus gestos. Hoje de manhã entrou e sentou-se ao meu lado, passando à frente de uma mãe com dois filhos pequenos.

Em frente. estava sentada uma senhora, que fazia uma mantinha de lã em crochet e que o cumprimentou. E, de repente, este rapaz passou a ter um nome - é o Frederico - uma voz, uma família e uma doença palpável. Percebi que vai diariamente para uma instituição, onde passará os dias numa terapia ocupacional.

Mais do que o seu comportamento (nervoso, repetitivo nos gestos e nas palavras - sabia de cor os dias que iam ser fim-de-semana daqui a meses, repetia frases das pessoas da instituição) aquilo que realmente me impressionou foi ter-me apercebido de que não sabia sorrir. Não imagino o que será ter filhos que não sabem sorrir e, a partir de hoje, tenciono não me esquecer de dar graças por cada sorriso com que os meus filhos me premeiam.

Saturday, January 12, 2008

Volta Barão de Coubertin, que estás perdoado

Está a causar polémica a intenção do atleta sul-africano Oscar Pistorius participar nos jogos olímpicos. Porquê? Porque as duas próteses de titânio que tem a substituir as pernas e os pés são, imagine-se, mais leves do que umas pernas de carne e osso e, ainda por cima, suportam não sei quantos por cento a mais do impacte do que estas. Para cúmulo, parece que se estão a preparar para também não o deixar entrar nos para-olímpicos, porque as regras dizem que nestes não pode haver "ajudas técnicas".

Pois, como diz o provérbio "Que Deus te dê em dobro o que desejas para mim", e - face a estas atitutes de promoção da igualdade e da tolerência - proponho que os membros do Comité Olímpico ganhem todos um par de próteses de titânio, material tão nobre e que tantas vantagens traz ao homem. Assim, toda a gente passa a ter medo deles, que, pelo vistos, é o que acontece com o Pistorius.

Friday, January 11, 2008

Leonel Neves, do livro "Amigos em todo o mundo" (1977)

O meu amigo espanhol
é um homem bem disposto,
mas o que o faz rir com gosto
é o caso do caracol.

Vem com essa brincadeira,
começa a rir e não pára...

É que nós somos vizinhos
mesmo junto da fronteira
(uma linha que separa
a Espanha de Portugal),
em casas com quintalinhos,
uma do lado de cá,
outra do lado de lá.

Ao fundo do meu quintal
e ao fundo do quintal dele
há um muro baixo... e é ele
que indica mesmo a fronteira.
Ora em cima do murinho
temos nós uma figueira
que é minha e do meu vizinho,
minha da parte de cá,
dele da parte de lá.

Como somos bons amigos,
não há nisso nenhum mal.
Quando a figueira dá figos,
cada um os seus apanha:
o espanhol figos de Espanha
e eu figos de Portugal.

Mas o engraçado é que há
um caracol na figueira,
e o pobre do animal
não sabe onde é a fronteira...
e anda de cá para lá
e anda de lá para cá.
O ignorante caracol,
seja em busca de alimento,
de namorada ou de Sol,
anda sempre em movimento,
entre Espanha e Portugal,
entre Portugal e Espanha,
sem respeitar a fronteira.

Nenhum de nós lhe faz mal,
nenhum de nós o apanha...

E agora, de cada vez
que o meu amigo espanhol
me vê, diz na brincadeira:
«Ó amigo português,
respeitemos a fronteira!
É preciso decidir
de quem é o caracol.»

E começa a rir, a rir,
cada vez mais bem disposto...

...e eu de cada vez mais gosto
do meu amigo espanhol!

Thursday, January 10, 2008

Poesias de Leonel Neves

No fórum português do Bookcrossing, a propósito de um comentário, lembrei-me de um poema do Leonel Neves. Fiz uma busca na net e descobri que não há quase nada dele. De maneira que vou procurar os meus livros e transcrever aqui alguns poemas desse autor, que não será dos mais conhecidos, mas fez parte da minha infância e adolescência.

Monday, January 7, 2008

Não esquecer de que também são tementes a Deus e grandes patriotas

Hoje ouvi o Luís Filipe Vieira a defender os jogadores do Benfica, a propósito de uma recente escaramuça de balneário. Dizia ele que no Benfica as coisas não se resolvem aos gritos, que não são miúdos, são homens, alguns até pais de família...

Friday, January 4, 2008

"Saúde e paz. O resto, a gente vai atrás..."

...foi um provérbio brasileiro que aprendi hoje.

Wednesday, January 2, 2008

Inauguração de nova ala do blogue


Inaugura-se oficialmente neste blogue uma nova ala de exposições: "Trabalhinhos"
Esta é a minha nova bolsa para moedas.

Afinal eles ladravam...

Fomos hoje visitar o Museu de História Natural. Recomendamos a exposição sobre as borboletas que está muito, muito gira e interessante (http://www.borboletasatravesdotempo.com/) e a secção sobre as Minas da Panasqueira. Parece que o laboratório de química foi todo restaurado, mas aí não deu para ir.

Claro que não falhámos os dinossauros, que a R. queria muito ver. Quando chegámos à réplica, em tamanho natural, de um esqueleto de T-Rex, sabem o que o A. disse? "Cão".