A maior parte das vezes, quando falamos disso culpamos a crise, o governo, os patrões ou o sistema de não conseguirem dar-nos as condições que merecemos e de não conseguirmos viver no nosso país com a qualidade de vida mínima. Este blogue é um exemplo:
http://fartosdestesrecibosverdes.blogspot.com/
É um assunto no qual penso bastante, até porque também faço parte do clube dos recibos verdes e das incertezas permanentes. Mas, por vezes, penso que não estamos a ver o problema todo. Deixo aqui algumas das minhas dúvidas:
- Portugal sempre foi um país de pessoas que saíam para outros países para procurar uma vida melhor. Em termos estatísticos, a emigração actual é muito reduzida, face a outras épocas do passado. O que está a mudar é o facto de aqueles que emigram serem pessoas mais qualificadas, que procuram emigrar para trabalhar naquilo que gostam.
- Talvez devido ao tipo de emigração que tivemos, temos uma imagem muito negativa do fenómeno. Em alguns países, emigrar é uma opção tão natural como ficar no seu país.
- O peso actual de estar fora do país é muito menor, com a Internet e as viagens facilitadas, pelo menos na Europa.
- Se a UE é um mercado comum de pessoas e bens, se podemos ir estudar para fora, a tendência é para que a mobilidade de emprego aumente e ter um mercado maior pode ser uma vantagem.
- Hoje somos um país que recebe imigrantes, desqualificados como nós éramos, mas também especializados.
- Nada disto invalida que as pessoas que conheço fora se sintam sempre um bocado órfãs de pátria.
- Para terminar, penso que, ainda que a situação económica cá melhore, provavelmente a nossa emigração, sobretudo dentro da UE, não vai diminuir.
Enfim, são reflexões...
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