Thursday, May 10, 2007

Um alentejano não tira o chapéu a qualquer um

Lembro-me muitas vezes desta frase, que me disseram há tempos, quando me deparo com aquelas situações do "Quem é quem?", em que parece que o nome de família é mais importante do que as próprias pessoas. Para mim, isto é uma herança da nossa ruralidade, do facto de vivermos num país pequeno, que só agora começa a ser mais diverso e multi-étnico, onde o indivíduo ainda não vale só por si, tem também um pedigree que o promove ou despromove.

Estes momentos trazem-me sempre à memória (e à saudade) o meu avô. Se havia palavra que o podia descrever era, sem dúvida, "dignidade". Para ele, cada um valia pela sua moral e pela sua conduta e não pelo nome ou fama que carregava. E essa foi uma lição que nos ensinou a todos. E, mesmo a propósito, aqui fica uma história que costumava contar:

"Uma vez, no Alentejo, estava um homem sentado. Chegou outro homem, muito senhor, que lhe perguntou:
-Como é que você se chama?
-Zé Manel. E V. Exa.?
-José Maria Bernardes de Vasconcelos Souto da Cunha Gonçalves.
E o homem respondeu-lhe:
-V. Exa. desculpe, mas V. Exa. tem cá um filho da p*** dum nome!"

1 comment:

kalikera said...

Resta saber se a excelência atingiu.