Como é sabido, ando quase sempre a pé e se há coisa de que gosto é de andar pelos vários cantos da cidade, passeando com objectivo. Ou seja, gosto de ir passando pelas ruas, ir reparando neste ou naquele pormenor, levando um rumo definido em direcção ao qual me vou mais ou menos desviando.
Passo muitas vezes num jardim, que tem um parque infantil. Como quase não há crianças nas redondezas, quem ocupa o parque são os jovens de uma escola profissional na vizinhaça, que andam de baloiço com os portáteis no colo. Hoje, o parque estava apinhado de jovens, no intervalo do almoço. E eu, sempre de passagem, ia reparando na impressionante diversidade daquele espaço. Num banco do jardim estava um idoso, talvez sem-abrigo, com um ar mal arranjado e olhar no infinito. Noutro, uma rapariga de sotaque brasileiro lia cartas de tarot a dois jovens. Apressados, passavam (passeavam) outros. Como eu. Cada um de nós com o seu ritmo e a sua história.
No comments:
Post a Comment