Friday, June 8, 2012

O post sobre o Euro

Ninguém pensou que este post era sobre a moeda única, pois não? Claro que não. Por estes dias - e face a notícias muito mais importantes, como a marca da pasta de dentes da seleção - todos os blogues falam de futebol. E como este mais do que modesto estaminé não quer ser exceção, vamos lá então falar do Euro 2012.

É sabido que eu gosto de futebol. É uma das minhas muitas camadas, sou benfiquista desde que me lembro de falar, tenho orgulho de ter ido ao estádio da Luz receber o anel de platina a que eu meu avô, depois de 75 anos de sócio, teve direito e ficou célebre (lá na rua, pelo menos) o meu comentário quando o meu avô me levou ao circo, tinha eu aí uns cinco anos, de que antes queria ir ao futebol. E ia mesmo, de bandeira e tudo. Foi assim que vi jogar os grandes craques dos anos oitenta e que ainda vi o Eusébio marcar uns golos, num jogo de veteranos.

Com o passar dos anos, no entanto, tenho perdido o interesse  por aquilo que se passa nas equipas e nos campeonatos nacionais, seja os daqui seja os dos países onde as "nossas" lusitanas estrelas ofuscam. Não tenho paciência para as tricas de clubes e abomino os criminosos (com cadastro e tudo) que lideram claques e transformam o apoio a um clube numa modalidade de crime organizado. E tudo isto podia aborrecer-me, mas não de impedir de apreciar os jogos. No entanto, os jogos não andam assim tão interessantes.

Exceto quando chegam os europeus e os mundiais. Claro que já ninguém acha que o futebol é só um desporto, mas talvez por serem montras de loja, onde os jogadores tentam assegurar o seu futuro, talvez por serem realmente os melhores jogadores que ali estão, talvez ainda por ser realmente diferente representar um país e não um clube, os europeus e mundiais têm realmente jogos que merece a pena ver. Com a vantagem de que só nos maçamos com isso de dois em dois anos.

Como já vai longo o preâmbulo, vou direta ao que me traz aqui. Gosto de futebol e vou acompanhar com entusiasmo o europeu. Mas, ainda ele não começou e já estou farta de uma parte dele: das notícias inúteis, das previsões ridículas (prognósticos só no fim, meus amigos, já foi dito com toda a propriedade) e - mais do que tudo - dos comentários que circulam na televisão e na net.

Há duas coisas que me incomodam particularmente:

1) É impressão minha ou todas as notícias que se ouvem sobre a Ucrânia são xenófobas ou, no mínimo, bastante desagradáveis? Ele é a prostituição como principal atividade, ele é a inflação provocada pelo Euro, ele são (juro que ouvi esta há bocado) os autocarros que são muito antigos e os candeeiros dos parques de estacionamento que ainda não estão postos...

2) A segunda questão é que não podemos perder. Mas também não podemos ganhar. Se perdemos, é porque temos a mania, porque embandeiramos em arco e depois morremos na praia, porque os jogadores são uns meninos mimados, que nós apaparicamos. Se ganhamos é o futebol que é o ópio do povo, ainda vai ser feriado, ninguém trabalha quando se ganha, etc. 

Ora bem, a minha opinião é só uma e vale o que vale,mas aproveito a liberdade da blogosfera para informar que:


1) A Ucrânia é um país como os outros. Tem coisas boas, coisas más, gente boa e gente menos boa. E é muito feio aumentar a nossa auto-estima rebaixando os outros. E é mesmo muito feio a comunicação social, que tem responsabilidades de informação, insistir neste género de comentários.


2) Gosto de ver Portugal ganhar. Mas quando um ganha, há outro que perde e não se ganha sempre. Alguns não ganham nunca, ou ganham poucas vezes. E, pela parte que me toca, nunca apapariquei nenhum jogador nem me parece que uma eventual vitória me possa fazer deixar de trabalhar nem distrair de outras coisas. Mas ficaria contente, como fico quando um atleta português sai medalhado nos olímpicos. Porquê? Porque é o meu país e gosto de o ver ganhar. É só isto. A mim, parece-me simples. 





 

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