Tuesday, March 25, 2014

O tempo em março

Faz hoje precisamente onze anos, a primavera também era fria e chuvosa. Março, digam o que disseram, não é ainda um mês quente e tenho-o comprovado nestes últimos onze anos.

Desde há onze anos, sei também que a hora muda no último fim-de-semana de março, porque tenho de avisar disso os convidados, quando a festa calha ao domingo (já agora, também sei, há sete anos, que muda de novo no último fim-de-semana de outubro).

A natureza e as convenções do tempo são portanto relativamente estáveis. Mas eu posso garantir que tudo muda quando olhamos para elas com olhos de mãe.

Parabéns, R.! Que a vida te sorria sempre.

Friday, March 21, 2014

O amor ao próximo

Um destes dias, estávamos a falar dos primos e diz o A.:

- Gosto tanto da N.! Gosto mais dela do que de mim.

Foi das coisas mais bonitas que ouvi nos últimos meses.

Friday, March 7, 2014

Olhem para o diálogo fraternal que acabei de ouvir

- Burro!
- Eu sou um burro, tu és uma vaca, tu dás-me leite e eu dou-te caca.



Sunday, March 2, 2014

A vida é sempre para a frente

Tenho uma família grande e feliz. Com as suas coisas, claro está. E por "coisas" quero dizer tudo o que pode caber em pequenos (ou grandes) desentendimentos, embirrações, momentos de tensão, aqui e ali. E figuras carismáticas.

Imagino que todas as famílias as terão, claro está. E cada um deve achar as suas melhores do que as dos outros, suponho eu. Falo daquelas pessoas que nos inspiram num ou noutro momento marcante da nossa ou das suas vidas, de quem sempre nos lembraremos, cujas histórias ou frases citamos no nosso dia-a-dia.

Essas pessoas são, por uma ou outra razão, os nossos pilares enquanto crescemos e os nossos guias quando ficamos adultos. Mesmo quando já não estão cá connosco. 

Uma pessoa que perdemos recentemente disse-me uma vez, com grande tristeza, que os nossos pilares estavam todos a desaparecer. Por vezes, não consigo deixar de lembrar essa tristeza, mas a maior parte dos dias sinto uma enorme alegria, felicidade e gratidão por ter - ou ter tido - essas pessoas na minha vida. E, por extensão, na vida dos meus filhos e de quem me ouve contar histórias sobre elas.

Uma dessas pessoas é a minha tia-avó E. Hoje, do alto dos seus 98 anos, disse-me estar cheia de esperança de melhorar de um joelho que a tem atormentado, depois de uma queda feia. E de uns dias difíceis que passou. Dizia-me ela "Eu não sou muito piegas, nem de esmorecer, mas tive aí umas semanas em que nem me levantava. Mas agora estou melhor e parece-me que sim, que isto se vai resolver".

Depois disto, o que é que não se resolve?