Wednesday, September 18, 2013

E o mundo que é tão grande

A R. lá está, deslumbrada com a escola nova, ainda um pouco à toa com o seu tamanho, horários e regulamentos. Suspeito que, mais do que tudo, ela gosta da sensação de lá estar, de ser mais crescida e obrigada a novas responsabilidades.

E teve sorte. Com a turma, com os professores, com a família que dá uma imensa ajuda.

Mas anda um bocado chocada com a forma como algumas pessoas falam aos alunos. Aos gritos, sem lhes explicar as coisas com calma. Ela acha ofensivo, porque diz que é bem educada.

Nós tentamos explicar que a escola tem 1000 alunos e que há regras para cumprir senão era o caos, que a senhora do bar tem de gritar porque ninguém a ouve e repete a mesma coisa centenas de vezes por dia, que o início do ano foi complicado e toda a gente está preocupada porque muita coisa ainda não está resolvida.

Mas, na verdade, ela tem toda a razão. Não é preciso gritar para se fazer entender. Claro que, em abono da verdade, estas atitudes não me parecem ser a norma, antes pelo contrário. E é mais ela a ambientar-se ao anonimato do que outra coisa qualquer. Mas para quem vem de uma escola onde as professoras fazem formação em Educação pelos afetos, porque dizem que estão há trinta anos a fazer formações de conteúdos e isso já não lhe interessa, o choque é realmente grande.

O que só nos deixa felizes por termos optado pela escolinha deles para o primeiro ciclo e por esta mudança nesta altura.

Thursday, September 12, 2013

ora bem...

Eis que começa um novo ano, que para mim os anos continuam a ser letivos, e começam logo a seguir a umas (desejavelmente) retemperadoras férias.

Estas - as férias - foram MUITO boas. Para mim, quaisquer férias sem idas a hospitais e funerais já são um sucesso garantido. Ou seja, sem as preocupações e tristezas que a vida e a doença nos trazem nunca tenho razão de queixa, já que vivo rodeada por pessoas de quem gosto muito e que gostam muito de mim. É básico, já sei, mas é mesmo assim.

Portanto, fora os dois episódios de uma ida ao hospital da minha avó, só para ter a certeza de que uma queda não tinha sido nada, e o telefonema para a pediatra, devido a um belo susto (mas foi só susto) que a R. nos pregou, tudo perfeito.

Acampámos quinze dias seguidos, em maravilhosa companhia. Os quinze seguintes já implicaram ter de trabalhar um bocadinho, mas foram passados em família, com excelente tempo, casa cheia de miúdos, uma enorme confusão, tudo a opinar, a embirrar, a desembirrar, a brincar. Família no seu melhor, com tudo o que ela tem de bom.

Terminámos com mais uma peregrinação a pé, desta vez com um grupo muito querido, cheira-me que o hábito veio para ficar, enquanto tivermos pernas para isso.

O regresso, como se previa, foi muito violento, a trabalhar à bruta para cumprir prazos que são muito, muito apertados. Mas a fazer uma coisa de que gosto muito - projetos para o futuro. Estão tantas cartas dadas neste momento que já quase não me sobram no baralho. Vamos ver no que dá, se ganho alguma das mãos...

E, o mais importante, hoje é início de escola. O A. já está no ativo, a R. começa amanhã. Escola nova, escola grande, vida nova. Podia dar-se o caso de estar preocupada, mas não estou. Estou é muito orgulhosa, muito, muito. A miúda é tão impecável e está a tornar-se uma pessoa tão gira que às vezes até me custa acreditar que algo de tão bom acontece debaixo do meu teto.

Boa sorte e bom ano novo para todos!